Article contents
O funk no Brasil contemporâneo: Uma música que incomoda
Published online by Cambridge University Press: 05 September 2022
Resumo
As reflexões sobre música popular com frequência enfatizam os casos de experiência musical voluntários, motivados por adesões identitárias, afetivas e simbólicas que os indivíduos e grupos sociais realizam com as músicas que gostam. Mas nem sempre é assim. Este texto tem como objetivo discutir as situações nas quais a experiência musical compulsória gera incomodo nos ouvintes, irritando e intimidando aqueles que não compartilham do prazer de ouvir determinado repertório. O exemplo debatido aqui é o caso do funk, gênero musical brasileiro com histórica vinculação com o contexto das periferias, morros e favelas e que volta a surgir como tema privilegiado na mídia a partir de seu uso nos fenômenos dos rolezinhos, causando incômodo e rechaço. Pensar sobre o incômodo do popular-funkeiro-periférico significa reprocessar ideias sobre a desigualdade social, num contexto de grandes transformações sociais, políticas e comportamentais no Brasil e no mundo.
Abstract
Reflections on popular music often emphasize the cases of voluntary music experience, motivated by affective and symbolic adherence in which individuals and social groups listen to the songs they like. But it is not always like this. This article aims to discuss the situations in which compulsory musical experience generates discomfort among listeners, irritating and intimidating those who do not share the pleasure of listening to a certain repertoire. The example discussed here is the case of funk, a Brazilian music genre with historical links to the suburbs and favelas. Funk resurfaced as a prime topic in the media connected with the case of the so-called rolezinhos in 2013, causing discomfort and rejection. To think about the hassle of the popular funkeiro is to reprocess ideas about social inequality in a context of great social, political, and behavioral changes in Brazil and worldwide.
- Type
- Research Article
- Information
- Copyright
- Copyright © 2016 by the Latin American Studies Association
References
Referências
- 3
- Cited by